A evidência científica na definição da conduta médica
Muitas vezes, os tratamentos médicos mais atraentes são aqueles que parecem novos, modernos e inovadores. No entanto, nem sempre esses tratamentos são baseados em evidências científicas sólidas e, em alguns casos, podem até ser prejudiciais à saúde.
A busca pela saúde e beleza pode levar muitas pessoas a buscar tratamentos que prometem resultados rápidos e milagrosos. Infelizmente, muitos desses tratamentos são prescritos por médicos sem formação ou por interesse comercial do médico. Oferecem terapias sem evidência científica, colocando em risco a saúde e segurança dos pacientes.
A soroterapia realizada em consultório, por exemplo, é uma dessas terapias sem evidência. Ela consiste na aplicação de soro fisiológico ou solução salina, vitaminas e outros medicamentos em uma sessão de soroterapia. Não há evidência científica que comprove benefício dessa terapia em consultório. Existe sim o uso de reposição de água livre ou sódio, por exemplo, mas esses pacientes tem acometimentos graves com necessidade de atendimento em departamento de emergência.
Outro exemplo é o uso indiscriminado de testosterona. Muitos médicos prescrevem esse hormônio para aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho físico. No entanto, o uso de testosterona pode causar sérios efeitos colaterais, como infertilidade, aumento do risco de câncer de próstata e problemas cardíacos. O implante de chip da beleza é outra terapia sem evidência que tem sido oferecida. Esse chip é supostamente capaz de melhorar a aparência e reduzir a gordura corporal. No entanto, não há evidências científicas que comprovem a eficácia desse tratamento e ele pode colocar em risco a saúde do paciente. Múltiplas sociedades médicas e o CFM se posicionaram contra esses tratamentos.
Essas atitudes representam uma ameaça séria à saúde pública. São tratamentos sem evidência científica que colocam em risco a vida e a saúde dos pacientes. É importante que os pacientes procurem profissionais de saúde qualificados e com registro nos órgãos reguladores, como o Conselho Federal de Medicina, e sempre busquem informações sobre a eficácia e segurança dos tratamentos prescritos.
A importância da evidência científica
A evidência científica é o que garante que um tratamento médico é eficaz e seguro para uso em pacientes. Quando um tratamento é submetido a estudos clínicos randomizados e controlados, é possível determinar se ele realmente funciona e quais são seus efeitos colaterais potenciais.
Os tratamentos que passam por esses estudos e são comprovados por meio de evidências científicas sólidas são geralmente aprovados por órgãos reguladores, como a ANVISA no Brasil e a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, para uso em pacientes. Isso significa que eles foram considerados seguros e eficazes o suficiente para serem recomendados como opções de tratamento.
Os benefícios das terapias médicas com evidência
As terapias médicas com evidência científica são aquelas que foram estudadas e comprovadas por meio de estudos clínicos rigorosos e revisões de especialistas. Embora possam não parecer tão atraentes ou modernas quanto outras opções de tratamento, essas terapias são importantes porque têm uma base sólida de evidências para apoiá-las. Na verdade, grande parte do impacto médico sobre a saúde dos pacientes é através de recomendações que poderiam ser consideradas sem graça e pouco atraentes e que todos conhecem: a mudança de estilo de vida, ou seja, melhorar alimentação, perda de peso, parar de fumar, moderar o consumo de álcool e a atividade física.
Os benefícios das terapias médicas com evidência incluem:
Eficácia comprovada: esses tratamentos foram estudados em ensaios clínicos rigorosos e demonstraram ser eficazes no tratamento de doenças e problemas de saúde específicos.
Segurança comprovada: os tratamentos com evidência científica foram submetidos a testes rigorosos de segurança, e seus riscos e efeitos colaterais potenciais são conhecidos.
Regulamentação: terapias médicas com evidência científica são frequentemente aprovadas por órgãos reguladores, o que significa que foram avaliadas por especialistas em segurança e eficácia.